A Doutrina Teosófica – W.Q.Judge
Nota – Discurso dado pelo Sr. Judge no Parliament of Religions, 1893. (Título adicionado.)
Sr. Presidente; irmãos e irmãs; homens e mulheres; membros do Parliament of Religions. A Sociedade Teosófica tem apresentado a vocês apenas metade de seu trabalho, apenas a metade do que tem a apresentar ao mundo. Este é o Parlamento das Religiões. Esse é o Parlamento das Religiões do momento. A Teosofia não é apenas uma religião; é também uma ciência; é uma ciência religiosa e uma religião científica, e num Parlamento de Religiões não seria possível, de fato não seria adequado, apresentar a ciência da Teosofia que se relaciona com tantos assuntos fora da esfera comum das religiões de hoje. Chegará o momento quando a religião também será uma ciência. Hoje ela não o é. O objetivo da Teosofia é fazer da religião também uma ciência, e fazer da ciência uma religião, por isso temos apresentado apenas metade do assunto com o qual lidamos, e eu gostaria que vocês se lembrassem disso. Não poderíamos abordar a outra parte; isso estaria além do escopo desta reunião.
Agora, descobrimos durante a última semana, como muitos já descobriram antes, lendo, por experiência e viajando, que as religiões do mundo são quase todas iguais. Descobrimos que o cristianismo não é o único a reivindicar um Salvador. Se você for ao Japão, você verá que os budistas do Japão têm uma doutrina que declara que qualquer um que confie e repita três vezes ao dia o nome “Amita Buda” será salvo. Esse é um dos salvadores dos budistas, que possuía a doutrina antes do início do cristianismo. Se você for entre budistas em outros lugares, você descobrirá que eles também têm um Salvador que, por confiança no Senhor Buda, eles reivindicam que serão salvos. Se você for aos brâmanes e às outras religiões da Índia, você descobrirá que eles também têm um Salvador. Em algumas partes daquela terra misteriosa, eles dizem: “repita o nome de Rama” – Deus – “e Ele o salvará”. Os próprios brâmanes têm em suas doutrinas uma que é chamada de “Doutrina da Ponte”: aquele que tem Deus como seu objetivo, tem o próprio Deus como meio de salvação; é ela mesma Deus. E assim, aonde quer que você vá por esse vasto mundo, analisando as várias religiões, você descobre que todas elas têm essa doutrina comum. Por que, então, devemos dizer que a mais nova dessas religiões é a inventora da doutrina? Ela não é. É propriedade comum de toda a raça humana, e descobrimos, em investigações posteriores, que todas essas religiões ensinam, e a religião cristã também, que esse Salvador está dentro do coração de cada homem, e não está fora dele.
Ao examinar todas essas religiões e comparando-as com a religião cristã, que é a que pertence à nação mais importante da atualidade, descobrimos ademais que nestas outras religiões e no cristianismo são encontradas certas doutrinas que constituem a chave que abrirá este grande cadeado constituído pelas diferentes religiões. Estas doutrinas não estão ausentes do cristianismo, assim como não estão ausentes do budismo ou do bramanismo, e agora chegou o momento em que o mundo deve saber que essas doutrinas são propriedades comuns, apesar de ser tarde demais para qualquer povo do ocidente ou do oriente afirmar que ele tem uma propriedade especial sobre qualquer doutrina que seja.
Os dois princípios que destravam esse grande cadeado que, às vezes, impede o homem de entrar, são chamados de Carma e de reencarnação. Esta última doutrina tem um nome mais difícil em Sânscrito.
A doutrina do Carma colocada em nossa linguagem é, simples e unicamente, Justiça. O que é Justiça? É algo que somente condena? Eu digo que não. Justiça também é misericórdia. Porque a misericórdia não pode ser dissociada da justiça, e a própria palavra justiça inclui a misericórdia nela. Não a justiça do homem, que é falsa e errada, mas a justiça da Natureza. Isso também é misericórdia. Porque se ela o castiga, é para que ela possa efetuar um ato misericordioso e mostrar-lhe, por fim, a verdade pela disciplina. Essa é a doutrina do Carma e é chamada também de lei ética da causalidade. Isso significa que esse efeito segue a causa de maneira uniforme; não apenas na natureza objetiva onde, se você colocar sua mão no fogo ela certamente será queimada, mas em sua natureza moral, ao longo de toda sua evolução espiritual e intelectual. Tem sido muito usual desistir do uso dessa lei de causa e efeito quando olhamos para o homem como um ser espiritual; e as religiões e filosofias do passado e do presente têm a prova intrínseca de que esta lei de causa e efeito atinge os planos espiritual, moral e intelectual tanto quanto atinge os planos físico e objetivo. É nosso objetivo trazer de volta essa lei de justiça para a mente dos homens e mostrar-lhes que a justiça pertence a Deus, e que Ele não é um Deus que favorece as pessoas, mas que é Deus só porque é misericordioso.
A doutrina da reencarnação é a próxima. A reencarnação, diz você, o que é isso? Você quer dizer que eu estive aqui antes? Sim, sem dúvida. Você quer me dizer que isto é uma doutrina cristã, budista, bramânica, japonesa e chinesa? Sim, e eu posso provar isso; e se você for examinar seus próprios registros com uma mente sem preconceitos, sem medo de nenhum homem, você também comprovará isso. Se você voltar até o primeiro ano dos registros do cristianismo, você verá que durante muitos séculos essa doutrina foi ensinada. Certamente, os homens que viviam perto de Jesus sabiam o que era a doutrina. Era admitida pelo próprio Jesus. Ele disse em uma ocasião que Elias já havia voltado na pessoa de João, mas que tinha sido eliminado pelo governante. Como poderia Elias voltar e nascer de novo como João, a menos que a lei da natureza o permitisse? Descobrimos, ao examinar os escritores, os primeiros patriarcas cristãos que produziram a teologia das igrejas cristãs, que Orígenes, o maior deles, admitiu que essa doutrina era verdadeira. Ele, o maior de todos eles, que escreveu tanto que os homens não conseguiam ler todos os seus livros, acreditava nisso. É dito na Escritura cristã que Jesus também falou tanto que não puderam registrá-lo e, se o tivessem feito, os volumes não poderiam ser contados. Se esses ensinamentos não foram gravados, podemos imaginar a partir do que ele falou e a partir do que seus primeiros seguidores acreditavam, que, em palavras, essa doutrina era ensinada distintamente.
É a doutrina da qual o Reverendo Sr. Beecher, irmão do famoso Henrique Ward Beecher, em um livro chamado “The Conflict of Religions”, disse: “é uma necessidade absoluta para o cristianismo; sem ela, o cristianismo é ilógico. Com ela, é lógico”. E um grande escritor, o Rev. William Alger, cujo livro, “A Critical History of the Doctrine of a Future Life”, é utilizado nas instituições educacionais religiosas de todas as denominações com talvez uma exceção, escreveu duas vezes em duas edições e disse que, após quinze anos de estudo do assunto, ele havia chegado à conclusão de que a doutrina era verdadeira e necessária.
Além disso, descobrimos que, nestes países onde o cristianismo surgiu – porque o cristianismo não é um produto ocidental – sempre se acreditou na reencarnação. Você pede por provas humanas. Você acredita nesta cidade, não apenas nesta cidade, mas em toda parte, num tribunal de justiça, se muitas testemunhas testemunharem um fato, este é comprovado. Bem, milhões e milhões de homens no oriente testemunham que não só acreditam na reencarnação, mas que sabem que é verdade, que eles se lembram que nasceram antes e que estiveram aqui antes, e centenas e milhares de homens no ocidente disseram a mesma coisa. Que eles não só acreditam, mas que eles sabem disso. Os poetas escreveram sobre tudo isso em toda a literatura inglesa. É uma doutrina que quase todos acreditam em seus corações. A criança pequena vinda diretamente da outra margem, sem nenhum vício e diretamente do Pai celestial, acredita que sempre viveu.
Se a doutrina da imortalidade que é ensinada por todas as religiões é verdadeira, como você pode dividi-la pela metade e dizer: você começou a ser imortal quando nasceu e você nunca foi imortal antes? Como é possível que você não tenha vivido antes se existe alguma justiça nesse universo? Não é verdade que o que acontece é o resultado de sua conduta? Se você vive uma vida de pecado e de maldade, você não irá sofrer? Se você roubar, assaltar e mentir, e coloca em funcionamento causas para a punição, você não será punido? Por que essa lei não deveria ser aplicada ao ser humano ao nascer, para explicar seu estado e sua capacidade? Encontramos crianças que nascem cegas, deformadas, imobilizadas, incapacitadas; onde está a conduta anterior que justifica tais coisas se elas acabaram de nascer pela primeira vez? Elas devem ter vivido antes. Os discípulos perguntaram a Jesus: “por que este homem nasceu cego; foi por algum pecado que ele cometeu?” Cometido quando? Quando ele o cometeu, se ele nunca houvera nascido? Por que fazer a Jesus, seu mestre, esta pergunta, a menos que eles acreditassem na doutrina, a menos que, como pensamos, seja esta a verdadeira e a que então prevalecia?
Afirmamos então que esta doutrina da reencarnação é o acorde perdido de qualquer religião que não a promulgue. Dizemos que ela se encontra na religião cristã; ela se encontra em todas as religiões e nos oferece um meio pelo qual nossa evolução pode ser levada adiante, ela oferece uma explicação para a pergunta: por que os homens nascem com características diferentes? Nós encontramos um homem que nasce generoso e sempre será generoso; encontramos outro que nasce egoísta, e egoísta ele será até o fim de sua vida. Encontramos um homem que nasce com uma grande capacidade, uma grande mente que pode abranger muitos assuntos ao mesmo tempo; ou uma mente e capacidade especial como a de Mozart. Por que ele nasceu assim? Onde ele a conseguiu se não pela personagem que tinha no passado? Você pode dizer que a hereditariedade explica tudo isso. Então, por favor, explique como Tom Cego, nascido de pais negros que nunca souberam nada sobre um piano, que nunca souberam qualquer coisa sobre música, era capaz de tocar em um instrumento mecanicamente escalado como o piano? Não é uma coisa natural. Onde ele conseguiu a aptidão? A hereditariedade não explica isso. Explicamos isso através da reencarnação. Igualmente com Mozart, que aos quatro anos de idade foi capaz de escrever uma partitura orquestral. Você sabe o que isso significa? Significa escrever as partes dos muitos instrumentos, e não apenas isso, mas escrevendo-as em uma escala forçada, que é uma coisa mecânica. Como isso será explicado pela hereditariedade? Se você diz que entre seus antepassados devem ter existido músicos, então por que não antes ou depois dele? Veja Bach! Se Bach pudesse olhar para trás do túmulo, ele teria visto seu gênio musical desvanecer-se e desaparecer de sua família até, por fim, sumir.
A hereditariedade não vai explicar essas grandes diferenças de caráter e de genialidade, mas a reencarnação sim. É o meio de evolução da Alma humana; é o meio de evolução para cada coisa animada e inanimada nesse mundo. Ela se aplica a tudo. Toda a natureza está sendo constantemente reincorporada, o que é reencarnação. Volte à ciência. Ela mostra que esse mundo foi primeiro uma massa de vapor ardente; com o passar dos anos, você vê esta massa reincorporada em uma forma mais sólida; mais tarde ainda, ela é reincorporada num reino mineral, uma grande bola no céu, sem vida; mais tarde ainda, a vida animal começa a evoluir, e até agora ela tem tudo o que sabemos da vida, que é uma reincorporação, repetidamente, ou reencarnação. Isto significa, então, que assim como você se move periodicamente de casa em casa na cidade, você é limitado por cada casa em que se muda, assim com o ser humano, que nunca morre, não está sujeito à morte, move-se periodicamente de casa em casa, e assume um corpo mortal, vida após vida, e é simplesmente limitado um pouco mais ou um pouco menos, conforme o caso, pelo corpo específico que ele possa habitar.
Não poderia percorrer todo este assunto para responder a todas as objeções, mas a Teosofia irá responder a todas elas. As diferenças entre as pessoas são explicadas pelo fato de que o caráter do indivíduo o atrai para a família que é exatamente como ele, e não para qualquer outra, e através da hereditariedade ele recebe sua disciplina, sua punição e sua recompensa.
As objeções à reencarnação são geralmente baseadas na pergunta de por que não nos lembramos. No ocidente, essa objeção surge do fato de que temos sido materialistas há tanto tempo, que fomos enganados por tanto tempo, que esquecemos; não somos capazes de lembrar qualquer coisa a não ser do que causa uma impressão violenta em nossos sentidos. No oriente e em alguns lugares do ocidente o povo se lembra, e chegará o momento em que as pessoas no ocidente também se lembrarão. E garanto-lhes que as crianças do ocidente sabem disso, mas isso lhes é tirado da cabeça por seus pais e mães. Eles dizem para a criança: “não me incomode com tais perguntas; você só está imaginando coisas”. Como se uma criança pudesse imaginar que tinha estado aqui antes, se não o tivesse. Eles nunca poderiam imaginar uma coisa que não tivesse alguma existência de fato ou que não fosse construída a partir de impressões recebidas. Enquanto você observa a criança recém-nascida, você a verá estender seus braços para se sustentar. Por que a criança deveria estender seus braços para se sustentar? Você diz, instinto. O que é instinto? Instinto é lembrança impressa na Alma, impressa na personalidade dentro de uma criança que acaba de nascer, e sabe o suficiente para se lembrar que deve estender seus braços para evitar de ser ferida. Qualquer médico lhe dirá que este fato é verdadeiro. Se eles o explicam da mesma forma que eu ou não, eu não sei. Não podemos nos lembrar de nossas vidas passadas simplesmente porque o cérebro que temos agora não foi envolvido com essas vidas passadas. Você diz você não se lembra de uma vida passada e, por isso, não acredita que seja verdade. Bem, se nós admitirmos esse tipo de argumento, aplique-o ao fato de que você não se lembra dos fatos de sua existência atual aqui; você não consegue se lembrar que jantar você comeu há três semanas; não se lembra de um quarto do que aconteceu com você. Você quer dizer que todas essas coisas não aconteceram porque você não se lembra? Você não consegue lembrar o que acontece com você agora, então como você espera lembrar do que aconteceu com você em outra vida? Mas chegará o tempo em que o homem, não tão imerso na materialidade, moldará sua Alma a tal ponto que suas qualidades serão impressionadas no corpo da criança recém-nascida e ele será capaz de lembrar e conhecer todo o seu passado, e então ele se verá como um ser em evolução, um ser que surgiu, ao longo de todas as eras, como um dos criadores do mundo, como um dos que ajudaram a construir esse mundo. Dizemos que o homem é o ápice, a coroa da evolução; não apenas como alguém que tem sido favorecido, mas como alguém que se desenvolveu por meio da natureza, inconscientemente às vezes para si mesmo, mas sob a lei, o próprio topo e a chave de todo o sistema, e virá o tempo em que ele se lembrará disso.
Agora, sendo este o sistema de evolução que reunimos de todas as religiões, dizemos ser necessário mostrar que a causa e o efeito agem sobre todo o ser humano. Dizemos que esta lei de causa e efeito, ou Carma, explica cada circunstância na vida e mostraremos aos homens pobres em Chicago, que nascem sem meios para viver, que às vezes são perseguidos pela classe alta e vivem na miséria, por que nasceram assim. Isso explicará por que um homem nasce rico, com oportunidades que ele negligencia; e outro homem que nasce rico, com oportunidades que ele não negligencia. Isto explicará como Carnegie, o grande idealizador do ferro na América, era um pobre garoto telegrafista antes dele ser elevado para ser um grande milionário. Explicará porque alguém nasce com limitado poder cerebral e outra pessoa com expressivo poder cerebral. É porque nunca morremos; sempre estivemos vivendo, nesse mundo ou em algum outro e estamos sempre produzindo causas e atributos para a próxima vida, assim como para esta.
Você não sabe que sua vida verdadeira está em sua mente, em seus pensamentos? Você não sabe que muito se deve a sua própria mente e que, subjacente a cada ato, está um pensamento, e os pensamentos fazem o homem e esses pensamentos agem sobre as forças da natureza? Na medida em que todos esses seres retornam e repetidamente vivem juntos, eles trazem de volta os pensamentos, as impressões daqueles que encontraram e aquelas que outros causaram sobre eles lá. Quando você persegue e machuca um homem hoje, você não é punido depois por causa do ato que você cometeu contra ele, mas por causa do pensamento subjacente a seu ato e do pensamento subjacente a seus sentimentos quando ele sofreu seu ato. Tendo produzido esses pensamentos, eles permanecem para sempre com você e com ele e, quando vocês retornarem, vocês receberão de volta aquilo que vocês deram um ao outro. Isso não é cristianismo, assim como é bramanismo e budismo? Você diz não. Eu digo sim; leia-o nas palavras de Jesus e eu gostaria que você mostrasse que você está certo se dissesse não. Creio que São Paulo é uma autoridade para vocês e São Paulo disse: “irmãos, não se deixem enganar; Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ele também colherá”. Eu lhes pergunto onde e quando ele deve colher aquilo que ele semeou? Ele deve colher onde ele semeou, ou não há justiça. Ele deve voltar aqui e ajudar a remediar aquele mal que ele causou; ele deve voltar aqui se ele causou algum mal e continuar fazendo todo o bem que puder, de modo a poder ajudar a raça humana inteira a evoluir, a qual também o espera. Jesus disse: “Não julgueis, para que vós não sejais julgado; pois com a medida em que medis, vos medirão a vós”. Quando? Se você vai para o céu depois desta vida e escapa de tudo o que fez, certamente não então, e terá feito Jesus dizer o que não é verdade, e terá feito São Paulo dizer o que não é verdade.
Mas acredito que São Paulo e Jesus sabiam do que estavam falando e que falaram sério. Assim, então, devemos novamente voltar aqui, para que Deus não seja zombado e para que cada homem colha o que semeou.
É apenas a ausência desta explicação que tem feito os homens negarem a religião; pois eles disseram: “ora, esses homens não receberam o que semearam. Aqui temos homens ricos e malvados que morrem em suas camas, felizes, com uma confissão no fim. Eles não colheram”. Mas sabemos, como Jesus e São Paulo disseram, que eles certamente colherão, e dizemos de acordo com a filosofia, de acordo com a lógica, de acordo com a justiça, que eles colherão bem aqui onde eles semearam e não em outro lugar. Seria injusto enviá-los a qualquer outro lugar para colher, a não ser onde eles fizeram. Isso tem sido ensinado em todas as religiões desde que o mundo começou, e a missão da Sociedade Teosófica é trazer de volta a chave para todos os credos, para mostrar que de fato eles estão, no fundo, parecidos nessas doutrinas essenciais, e que os homens têm uma Alma no corpo, uma Alma que está sempre viva, imortal e que nunca pode morrer, que não pode definhar, não pode ser cortada em duas, não pode ser destruída, nunca é aniquilada, mas vive para todo o sempre, escalando para todo o sempre a escada da evolução, cada vez mais perto, mas nunca alcançando a estatura completa da Divindade. Isso é o que a Teosofia deseja que os homens acreditem; não que qualquer credo particular seja verdade. Jesus não tinha nenhum credo e não formulou nenhum. Ele declarou que a lei era: “faça aos outros o que você gostaria que eles fizessem a você”. Essa era a lei e os profetas. Isso é o suficiente para qualquer um. Ame seu próximo como a você mesmo. Nada mais. Por que, então, qualquer credo que seja? Suas palavras são suficientes, e suas palavras e nossa base ética são as mesmas. É por isso que não temos nenhuma forma de religião. Não estamos defendendo a religião; estamos simplesmente apontando aos homens que a verdade está aí para pegá-la e conquistá-la. A religião diz respeito à conduta dos homens; a natureza cuida dos resultados; a natureza verá a que eles chegarão; mas se seguirmos esses ensinamentos que encontramos em toda parte e o espírito da filosofia que encontramos em todos esses livros antigos, então os homens saberão por que devem fazer o que é certo, não por causa da lei, não por medo, não por favor, mas porque eles devem fazer o correto pelo correto.
WILLIAM Q. JUDGE