Cidades sob Cidades – W.Q.Judge
A teoria de que as ruinas de cidades antigas existem sob as atuais não é nova. O Dr. Schliemann a sustentava, e trabalhando nas pistas encontradas em Homero, descobriu a Tróia enterrada. Alguns a sustentaram em relação a Londres, afirmando que St. Paul’s está sobre as ruínas de um antigo templo pagão, e ruínas romanas foram escavadas em diferentes partes da Inglaterra. Na Índia, há uma grande quantidade de tradições que relatam sobre muitas cidades modernas que dizem estar localizadas sobre antigas cidades que estão enterradas intactas muitos metros abaixo do nível atual. Lucifer, em setembro, notificou o “achado” de uma fortaleza Amorita a 60 pés abaixo da superfície, com paredes de vinte e oito pés de espessura. É bem conhecido para aqueles que desfrutavam de conversas pessoais com H.P. Blavatsky que ela frequentemente dava declarações mais detalhadas e precisas sobre as grandes cidades que estavam sendo construídas nos locais exatos onde outras estiveram há muito tempo, e sobre aquelas sobre as quais apenas vilarejos estão agora. E na medida em que as constantes explorações dos dias atuais – chegando quase ao Polo Norte – prometem que talvez em breve as profecias sobre as revelações da mãe Terra feitas por ela serão cumpridas, estou encorajado a fornecer a velha teoria, muito provavelmente conhecida por muitos outros estudantes, para explicar essa construção e reconstrução de cidades, umas sobre as outras, depois de tamanhos intervalos que não pode haver suspeita de comunicação entre os habitantes atuais e os antigos.
Como a civilização do homem já viajou muitas vezes ao redor do mundo, povoando ora um país e ora outro com lugares populosos, criando aqui uma e acolá outra enorme metrópole, sua influência tem sido deixada em quase todos os pontos da Terra, e isso tanto em terras agora sob os mares quanto naquelas acima deles. Se pudermos imaginar a primeira vinda de uma população a um lugar nunca antes habitado, a velha teoria nos pede que acreditemos que certas classes de elementais – chamados genericamente de devas pelos hindus – estão reunidas sobre o lugar e apresentam imagens de casas, de ofícios de vida ocupada por todos os lados, e, por assim dizer, acenam para os homens ficarem e construírem. Essas “fadas”, como os Irlandeses as chamam, por fim prevalecem e casas são erguidas até surgir uma cidade. Durante sua ocupação, as imagens na luz astral são aumentadas e aprofundadas até o dia do abandono, quando os gênios, demônios, elementais ou fadas têm o estoque de imagens naturalmente impressas no éter para adicionar às suas. Eles permanecem durante o abandono do lugar e, quando o homem passa novamente por ali, o processo é repetido. As imagens dos edifícios e da atividade humana atuam telepaticamente sobre os novos cérebros, e os primeiros colonos pensam que foram pensadores independentes na escolha de um lugar para permanecer. Por isso, constroem repetidamente [no mesmo local]. Os processos da natureza para distribuir a terra e acumulá-la, escondem os vestígios de antigas habitações, dando ao local uma aparência inexplorada para o povo recém-chegado. E não somente cidades são assim construídas em lugares favoráveis, mas também em lugares menos bem situados.
As provas são acessíveis e abundantes em todos os países para mostrar que os ventos, as árvores, os pássaros e os animais podem, com o tempo, cobrir completamente, deixando-os intactos, os restos de estradas e edifícios outrora usados e ocupados por homens. Na América Central, existem grandes quantidades de ruinas entre as quais árvores de considerável circunferência estão agora crescendo. Em outras regiões, os restos de estradas bem construídas são encontrados, às vezes, saindo de um emaranhado de vegetação rasteira e desaparecendo sob uma cobertura de terra. Em Elephanta, perto de Bombaim, e em outros lugares na Índia, a terra foi soprada gradualmente debaixo de pilares e portões, tornando impossível a entrada. Na costa do Pacífico, em um dos Estados mexicanos, há o velho e o novo San Blas, o da colina, deserto e quase coberto com árvores e detritos de todo tipo, o que seguramente está construindo uma cobertura que em breve terá vários metros de espessura. Assim, sem considerar as erupções vulcânicas ou os deslizamentos de terra, que, naturalmente, de repente e violentamente recobrem uma cidade, é bem possível para a Natureza, através de seus processos mais lentos, aumentar a espessura da cobertura terrestre em qualquer lugar abandonado pelo homem, e o melhor exemplo disso está nas ilhas de coral que se erguem do oceano para serem logo cobertas com terra e árvores.
Mas, diz nossa antiga teoria, nenhum processo de tipo mecânico ou físico tem qualquer poder sobre as imagens impressas no éter retentivo, nem sobre aquelas classes de elementais que encontram seu trabalho natural em apresentar imagens de cidades e edifícios ao cérebro receptivo do homem. Se ele for materialista, reconhecerá essas imagens apenas subconscientemente. Mas as impressões subconscientes se traduzirão em atos como sujeitos hipnotizados respondem a uma sugestão da qual não têm memória. Quando esses elementais encontram uma raça de homens suficientemente desenvolvida psiquicamente para ver não apenas as imagens, mas também as entidades que as apresentam, resultará então em uma escolha consciente, levando a uma seleção deliberada de um lugar para construir e a rejeição de outro.
Apresento essa interessante estória antiga sem prova, exceto por aquela que pode ser obtida por aquelas poucas pessoas que são, elas mesmas, capazes de ver devas ao trabalho no seu próprio plano.
BRYAN KINNAVAN (WQJ)
“Path”, novembro 1892