Nossos três Objetivos – H.P.Blavatsky
Todas as realizações do âmago humano para as quais olhamos com louvor ou admiração são exemplos da força irrequieta da PERSEVERANÇA. É por isso que a pedreira se torna uma pirâmide, e que os países distantes estão unidos por canais. . . . As atuações incessantemente continuadas, superam com o tempo as maiores dificuldades, e as montanhas são niveladas e os oceanos delimitados pela exígua força dos seres humanos.
– JOHNSONS –
É assim, e sempre deve ser, meus queridos rapazes. Se o Anjo Gabriel descesse do céu e liderasse, com sucesso, uma rebelião contra o mais abominável e iníquo interesse sobre o qual geme o pobre velho mundo, ele mui certamente perderia a sua posição por muitos anos, provavelmente por séculos, não só com os defensores do referido interesse investido, mas também com a respeitável massa de pessoas que ele tinha libertado.
– HUGHES –
Post nubila Phæbus. – Após as nuvens, o brilho do sol. Com isto, LUCIFER entra no seu quinto volume; e tendo suportado a sua parte na batalha de personalidades que se tem desenrolado ao longo do último volume, a editora sente como se tivesse ganho o direito a um período de paz. Ao decidir desfrutar, a todo o custo, depois disso, ela fica comovida tanto por um sentimento de desprezo pela estreiteza de espírito, a ignorância e o fanatismo dos seus adversários, quanto por um sentimento de cansaço com tais fastidiosas inanidades. Até onde, então, ela consegue controlar a sua indignação e o seu não demasiado tranquilo temperamento, tratará doravante com desdém as deturpações caluniosas das quais ela parece ser a vítima crônica.
O início de um volume é o momento mais adequado para uma retrospectiva; e para tal chamamos agora a atenção do leitor.
Se o público externo conhece a Teosofia apenas como alguém vê pela metade um contorno fraca através da poeira da batalha, os membros da nossa Sociedade deveriam ao menos ter em mente o que ela está fazendo com relação aos seus objetivos declarados. É de se temer que ignorem isso, em meio a essa sensacional discussão dos seus princípios, e das calúnias dirigidas a seus dirigentes. Enquanto os tacanhos secularistas, Cristões e Espíritas competem uns com os outros nas tentativas de cobrir com opróbrio um dos líderes da Teosofia, e de depreciar as suas pretensões à consideração do público, a Sociedade Teosófica avança com dignidade em direção ao objetivo que estabeleceu no início para si própria.
Silenciosa, mas irresistivelmente, está alargando o seu círculo de utilidade e está tornando seu nome atrativo em várias nações. Enquanto os seus caluniadores estão ocupados com o seu desprezível trabalho, ela está criando os fatos para o seu futuro historiógrafo. Não é em panfletos polêmicos ou em artigos de jornais sensacionalistas que será feito o seu registro permanente, mas na realização visível do seu plano original de produzir um núcleo de fraternidade universal, de reviver a literatura e as filosofias orientais e de ajudar no estudo dos problemas ocultos nas ciências físicas e psicológicas. A Sociedade tem apenas catorze anos de idade, no entanto, quanto ela já não realizou! E o quanto isso envolve trabalho da mais alta qualidade. Os nossos adversários podem não estar inclinados a fazer-nos justiça, mas a nossa desforra certamente virá mais tarde. Entretanto, que os fatos claros sejam registrados sem verniz ou exagero. Classificando-os sob os títulos apropriados, são eles os seguintes:
I. FRATERNIDADE
Quando chegamos na Índia, em fevereiro de 1879, não havia união entre as raças e seitas da Península, nenhum senso de um interesse público comum, nenhuma disposição para encontrar a relação mútua entre as várias seitas do antigo Hinduísmo, ou entre elas e os credos do Islã, do Jainismo, do Budismo e do Zoroastrismo. Entre os brâmanes hindus da Índia e os seus parentes, os modernos budistas cingaleses, não havia qualquer relação religiosa desde tempos remotos. E, novamente, entre as várias castas dos Cingaleses – pois, fiéis à sua arcaica ascendência Hindu, os Cingaleses ainda se agarram à casta apesar da letra e do espírito da sua religião budista – havia uma completa desunião, sem intercasamentos, sem espírito de homogeneidade patriótica, mas apenas um rancoroso sentimento sectário e de casta. Quanto a qualquer reciprocidade internacional, tanto em assuntos sociais como religiosos, entre os Cingaleses e as nações budistas do Norte, tal possibilidade nunca tinha existido. Cada um deles era absolutamente ignorante e indiferente em relação às opiniões, desejos ou aspirações do outro. Por fim, entre as raças da Ásia e as da Europa e da América havia a mais completa ausência de simpatia em relação às questões religiosas e filosóficas. O trabalho dos orientalistas, desde Sir William Jones e Burnouf até ao Prof. Max Müller, tinha criado entre os eruditos um interesse filosófico, mas entre as massas nem sequer isso. Se ao acima exposto acrescentarmos que todas as religiões orientais, sem exceção, estavam sendo asfixiadas até a morte pelo gás venenoso da ciência oficial ocidental, através das agências educacionais das administrações europeias e dos propagandistas missionários, e que os nativos licenciados e estudantes universitários da Índia, Ceilão e Japão tinham, em grande parte, se transformado em agnósticos e caluniadores das antigas religiões, veremos como deve ter sido difícil tirar algo como a harmonia deste caos, e fazer surgir um sentimento tolerante, senão mesmo amigável, e banir esses ódios, suspeitas maléficas, maus sentimentos e ignorância mútua.
Dez anos se passaram e o que vemos? Tomando os pontos um a um, verificamos que em toda a Índia a união e a fraternidade substituíram a velha desunião, cento e vinte e cinco filiais da nossa Sociedade surgiram, somente na Índia, cada uma um núcleo da nossa ideia de fraternidade, um centro de unidade religiosa e social. A sua filiação abrange representantes de todas as melhores castas e de todas as seitas Hindus, e a maioria é dessa classe de sábios e filósofos hereditários, os brâmanes, para corromper quem, para o Cristianismo, tem sido a luta fútil do missionário e a tarefa autonomeada dessa esperança desesperada de alta classe, as Missões de Oxford e de Cambridge. O Presidente da nossa Sociedade, o Coronel Olcott, percorreu várias vezes toda a Índia, a convite, dirigindo-se a vastas multidões sobre temas teosóficos e semeando a semente da qual, a seu tempo, será colhida a colheita completa da nossa evangelização da fraternidade e da dependência mútua. O crescimento desse gentil sentimento tem sido provado de várias maneiras: primeiro, na reunião sem precedentes de raças, castas e seitas nas Convenções anuais da Sociedade Teosófica; segundo, no rápido crescimento de uma literatura teosófica que defende os nossos pontos de vista altruístas, na fundação de vários periódicos e revistas em várias línguas, e na rápida cessação de controvérsias sectárias; terceiro, no súbito nascimento e crescimento extraordinariamente rápido do movimento patriótico que está centralizado na organização chamada Congresso Nacional Indiano. Este notável órgão político foi planejado por alguns dos nossos membros Anglo-Indianos e Hindus seguindo o modelo e os direcionamentos da Sociedade Teosófica e, desde o início, foi dirigido pelos nossos próprios colegas; homens entre os mais influentes do Império Indiano. Ao mesmo tempo, não existe qualquer ligação, exceto através das personalidades dos indivíduos, entre o Congresso e o seu corpo-mãe, a nossa Sociedade. Muito provavelmente nunca teria surgido se o próprio Coronel Olcott tivesse se deixado tentar pelos caminhos laterais da irmandade humana, da política, das reformas sociais, etc., como muitos queriam que ele fizesse. Despertamos o espírito adormecido e aquecemos o sangue Ariano dos Hindus, e uma das aberturas que a nova vida fez para si mesma foi este Congresso. Tudo isto é simples história, e passa incontestado.
Cruzando até ao Ceilão, eis os milagres que a nossa Sociedade fez, com base nas provas de muitos discursos, relatórios e outros documentos oficiais até essa data trazidos para conhecimento dos nossos leitores e do público em geral. Os homens das catas se filiando; o mal-estar sectário quase apagado; dezesseis ramos da Sociedade formados na ilha, quase toda a comunidade Cingalesa, pode se dizer, à nossa procura por conselho, exemplo e liderança; um comité de Budistas indo à Índia com o Coronel Olcott para plantar um coqueiro – um antigo símbolo de afeto e de boa vontade – no complexo do Templo Hindu em Tinnevelly e nobres Kandyan, até agora afastados do povo do interior com o desdém altivo das suas tradições feudais, tornando-se presidentes das nossas filiais, e até mesmo viajando como conferencistas Budistas.
O Ceilão foi o foyer de onde a religião de Gautama se difundiu para o Camboja, o Sião e a Birmânia; o que então, poderia ser mais apropriado do que se pudesse nascer dessa Terra Santa uma mensagem de Irmandade para o Japão! Como é que esta mensagem foi gerada, como foi transmitida pelo nosso Presidente, e com quais magníficos resultados, é muito bem conhecida de todo o Mundo Ocidental para necessitar de ser reproduzida no contexto atual. Basta dizer que se encontra entre os acontecimentos mais dramáticos da história, e é a prova mais cabal, incontestável e culminante da realidade vital do nosso plano para gerar o sentimento de Fraternidade Universal entre todos os povos, raças, parentescos, castas e cores.
Uma prova do bom senso prático demonstrado na nossa gestão é a criação da “Bandeira Budista” como um símbolo convencional da religião, para além de todas as questões sectárias. Até agora, os Budistas não tinham tal símbolo como a cruz oferece aos Cristãos e, consequentemente, faltava aquele sinal essencial da sua relação comum uns com os outros, que é o ponto de cristalização, por assim dizer, da força fraterna que a nossa Sociedade está tentando evocar. A bandeira Budista atende efetivamente a esse desejo. É feita nas proporções habituais das bandeiras nacionais, quanto ao comprimento e à largura, e composta por seis barras verticais de cores, na seguinte ordem: azul safira, amarelo ouro, carmesim, branco, escarlate e uma barra que combina todas as cores alternadas. Não se trata de uma seleção arbitrária de tonalidades, mas a utilização para essa finalidade atual das tonalidades descritas em antigo Pali e Sânscrito, funciona de forma visível na psicosfera, ou aura, em torno da pessoa de Buda, e é convencionalmente representada como vibrações cromáticas em torno das suas imagens no Ceilão e noutros países. Esotericamente, são muito sugestivas na sua combinação. A nova bandeira foi primeiramente hasteada na nossa sede em Colombo, depois adotada com aclamação por todo o Ceilão, e, sendo introduzida pelo Coronel Olcott no Japão, espalhada por todo esse Império, mesmo durante a curta duração da sua visita recente.
A calúnia não pode obliterar ou mesmo depreciar o menor desses fatos. Eles passaram pelo nevoeiro do ódio de hoje para a luz do sol que ilumina todos os acontecimentos para o olhar do historiador.
II. FILOSOFIA ORIENTAL, LITERATURA, ETC.
Ninguém que não esteja familiarizado com a Índia e os Hindus pode formar uma concepção do estado de ódio entre a geração mais jovem de Hindus universitários e escolares em relação à sua religião ancestral, que prevalecia na época do nosso advento, há dez anos. A disposição mental materialista e agnóstica em relação à religião, em resumo, que prevalece nas universidades ocidentais, tinha sido transmitida às faculdades e escolas indianas pelos seus licenciados, os Professores europeus que ocupavam as várias cadeiras nessas instituições de ensino. Os livros didáticos alimentaram este espírito, e os Hindus instruídos, como classe, eram completamente céticos em matéria religiosa, e somente seguiam os ritos e observâncias do culto nacional por considerações de necessidade social. Quanto às faculdades e escolas missionárias, o seu efeito era apenas o de criar dúvidas e preconceitos contra o hinduísmo e contra todas as religiões, sem ao menos conseguir consideração pelo Cristianismo ou produzir convertidos. A solução para tudo isso foi, naturalmente, atacar a cidadela do ceticismo, do charlatanismo científico e provar a base científica da religião em geral e do Hinduísmo em particular. Esta tarefa foi empreendida desde o princípio, prosseguida até o momento da vitória; um resultado evidente para todo viajante que inquirir sobre o estado atual da opinião Indiana. A mudança foi notada por Sir Richard Temple, Sir Edwin Arnold, Mr. Caine, M.P, Lady Jersey, Sir Monier Williams, o Primaz da Índia, os Bispos e Arcebispos de todas as Presidências, os órgãos das várias sociedades missionárias, os Diretores e Professores dos seus colégios, os correspondentes das revistas Europeias, uma série de autores e editores Indianos, congressos de panditas sânscritos, e tem sido reconhecida em termos de gratidão fervorosa em uma profusão de discursos lidos ao Coronel Olcott no decurso das suas longas viagens. Sem exagero ou perigo de contradição, pode afirmar-se que o trabalho da Sociedade Teosófica na Índia infundiu uma vida renovada e vigorosa na Filosofia Hindu; reavivou a Religião Hindu; reconquistou a fidelidade da classe graduada às crenças ancestrais; criou um entusiasmo pela Literatura Sânscrita que se mostra na republicação de antigas Enciclopédias, escrituras e comentários, na fundação de muitas escolas de sânscrito, no patrocínio do sânscrito pelos Príncipes Nativos, entre outras formas. Além do mais, através das suas várias agências literárias e empresariais, a Sociedade divulgou no mundo todo um conhecimento e gosto pela Filosofia Ariana.
A ação reflexa dessa obra é vista na procura popular por literatura teosófica, e romances e contos de revistas que incorporam ideias orientais. Outro aspecto importante é a modificação, pela Filosofia Oriental, dos pontos de vista dos Espiritualistas, que já começou no que diz respeito à origem de algumas das informações por detrás dos fenômenos mediúnicos. Ainda outra, é a adesão da Sra. Annie Besant – trazida pelo estudo da Doutrina Esotérica – do Partido Secularista, um evento carregado das mais importantes consequências, tanto para a nossa Sociedade, como para o Secularismo e para o público em geral. Nomes sânscritos nunca antes ouvidos no Ocidente tornaram-se familiares ao público leitor, e obras como a Bhagavad-Gita podem agora ser encontradas nas livrarias da Europa, América e Australásia.
O Ceilão assistiu a um renascimento do Budismo, à circulação de livros religiosos aos dezenas de milhares, à tradução do Catecismo Budista em muitas línguas do Oriente, do Ocidente e do Norte, à fundação de escolas secundárias teosóficas em Colombo, Kandy e Ratna-pura, à abertura de quase cinquenta escolas para crianças Budistas sob a supervisão da nossa Sociedade, a concessão de uma feriado Budistas Nacional pelo Governo, e de outros privilégios importantes, o estabelecimento de uma revista Budista semestral vernácula em Colombo, e uma em inglês, ambas redigidas, impressas e publicadas na oficina gráfica da própria Sociedade. E também nos viu trazer do Japão sete jovens e inteligentes sacerdotes Budistas para aprender Pali com o venerado sumo sacerdote Sumangala, de modo a poderem expor aos seus próprios compatriotas o cânone Budista tal como existe na Igreja do Sul, vinte e cinco séculos após o nirvana de Buda
Assim, não se deve duvidar ou negar que, dentro dos seus primeiros quatorze anos de existência, a Sociedade Teosófica tem conseguido realizar, para além de toda expectativa, os primeiros dois dos três objetivos declarados. Provou que nem raça, nem credo, nem cor, nem antipatias antigas são obstáculos inamovíveis à propagação da ideia de altruísmo e da fraternidade humana, sonho utópico como pode ter sido considerado pelos teóricos que veem o homem como um mero problema físico, ignorando o Self interno, maior e mais elevado.
III. OCULTISMO
Embora apenas uma minoria dos nossos membros seja misticamente inclinada, a chave para todos os nossos sucessos, como acima enumerado, está no nosso reconhecimento do fato do Self Superior não ter cor, ser cosmopolita, não sectário, desprovido de sexo, espiritual, altruísta – e da realização do nosso trabalho com base nisso. Para o Secularista, o Agnóstico, o Cientista charlatão, tais resultados teriam sido inalcançáveis, não, teriam sido impensáveis. As Sociedades de Paz são utópicas, porque nenhum argumento baseado em considerações exotéricas de moral social ou de conveniência, pode afastar os corações dos governantes das nações da guerra egoísta e dos planos de conquista.
As diferenciações sociais, o resultado de evoluções físicas e do ambiente material, geram ódios raciais e antipatias sectárias e sociais que são intransponíveis se atacadas do exterior. Mas, uma vez que a natureza humana é sempre idêntica, todos os homens são igualmente abertos a influências que se centram no “coração” humano, e que apelam à intuição humana; e como existe apenas uma Verdade Absoluta, e essa é a alma e a vida de todos os credos humanos, é possível realizar uma aliança recíproca para a investigação e disseminação dessa Verdade básica. Sabemos que um termo abrangente para essa Verdade Eterna é a “Doutrina Secreta“; nós a pregamos, conseguimos uma audiência, eliminamos, até certo ponto, as velhas barreiras, formamos o nosso núcleo fraternal, e, ao reavivar a Literatura Ariana, fizemos com que os seus preciosos ensinamentos religiosos, filosóficos e científicos se espalhassem entre as mais distantes nações.
Se não abrimos escolas formais de adeptado na Sociedade, avançamos pelo menos um certo corpo de provas de que os Adeptos existem e que o adeptado é uma necessidade lógica na ordem natural do desenvolvimento humano. Temos, portanto, ajudado o Ocidente com um ideal mais digno das potencialidades do homem do que o que antes possuía. O estudo da psicologia Oriental deu ao Ocidente uma pista para certos mistérios anteriormente desconcertantes como, por exemplo, nas áreas do mesmerismo e do hipnotismo, e no das supostas relações póstumas da entidade desencarnada com os vivos. Também forneceu uma teoria da natureza e das relações de Força e de Matéria capazes de verificação prática por quem quer que aprenda e siga os métodos experimentais das Escolas Orientais de Ciência Oculta. A nossa própria experiência nos leva a dizer que esta ciência e a sua filosofia complementar lançam luz sobre alguns dos problemas mais profundos do homem e da natureza: na ciência, a ligação do “Abismo Impassível”, na filosofia, tornando possível a formulação de uma teoria consistente da origem e do destino dos orbes celestes e da sua descendência de reinos e de vários planos. Onde o Sr. Crookes para na sua busca pelos meta-elementos, e se encontra perdido para localizar os átomos em falta na sua hipotética série de sete, a Filosofia Adwaita entra com sua teoria aperfeiçoada da evolução da matéria diferenciada a partir da matéria indiferenciada, o Prakriti a partir do Mulaprakriti – a “Raiz sem Raiz”.
Com a atual publicação de ” A Chave para a Teosofia“, uma nova obra que explica claramente e em linguagem simples aquilo em que a nossa Teosofia Esotérica acredita e o que ela desacredita e rejeita categoricamente, não restarão mais pretextos para atirar acusações fantásticas à nossa cabeça. Agora, os “correspondentes” dos Semanários Espiritualistas e outros, bem como aqueles que afligem os jornais diários respeitáveis com denúncias dos supostos “dogmas dos teosofistas” que nunca tiveram qualquer existência fora da cabeça dos nossos caluniadores, terão de provar o que geram sobre nós, mostrando para isso capítulo e versículo nas nossas publicações teosóficas, e especialmente em ” A Chave para a Teosofia“. “Eles já não podem mais alegar ignorância; e se ainda o quiserem denunciar, devem fazê-lo com a autoridade do que é dito ali, pois cada um tem agora uma oportunidade accessível de aprender a nossa filosofia.
Finalizando, a nossa Sociedade fez mais nos seus catorze anos de vida para familiarizar os pensadores Ocidentais com o grande pensamento e descoberta ariana do que qualquer outra entidade nos últimos dezenove séculos. O que é provável que venha a fazer no futuro não pode ser previsto; mas a experiência justifica a esperança de que possa ser muito, e de que irá alargar o seu já vasto campo de atividade útil.
H.P. Blavatsky
Lucifer, Setembro de 1889