O Ciclo que se encerra – W.Q.Judge
No número de novembro, o “Ciclo que finda” é mencionado pelo Sr. Sinnett, e os membros são corretamente advertidos a não serem tão ridículos (apesar dessa palavra ser minha) a ponto de pensar que, depois de 1897, “algum aniquilador misterioso descerá sobre nós”.
Quem foi a pessoa que deu a declaração concreta de que 1897 seria o fim
de um ciclo quando algo iria acontecer? Foi H.P. Blavatsky. Não há a menor dúvida de que ela o tenha dito, nem de que ela o tenha plenamente explicado a vários pessoas. Também não há dúvida alguma de que ela disse, assim como há tanto tempo se havia dito do ano de 1875, e que 1897 testemunharia o fechamento de uma porta. Que porta? A porta para o que? O que foi ou será que vai acabar? A S.T. deveria terminar e fechar todos os livros?
“Nada é mais claro do que o que H.P. Blavatsky disse, sob a autoridade direta dos Mestres, que nos últimos vinte e cinco anos de cada século um esforço é feito pela Loja e pelos seus agentes com o Ocidente, e que ele [isto é, o esforço] cessa em sua forma e influência direta e pública com o vigésimo quinto ano. Aqueles que acreditam nela, acreditarão nisso; aqueles que pensam que sabem mais sobre isso do que ela, inventarão outras ideias convenientes às suas fantasias.”
“Ela explicou, assim como o farão todos aqueles que foram ensinados (são muitos) pelos mesmos Mestres, que se o esforço público continuasse por mais tempo do que isso, ocorreria uma reação muito semelhante à indigestão. Deve-se dar tempo para a assimilação, ou a “sombra escura que segue todas as inovações” esmagaria a alma do homem. O grande público, a massa, deve ter tempo e também material. O tempo é a cada instante. O assunto foi suprido pelos Mestres no trabalho feito por H.P. Blavatsky em seus livros, e o que resultou a partir deles. Ela disse, os Mestres disseram, e eu volto a afirmar para o benefício daqueles que têm alguma fé em mim, que os Mestres me disseram que a ajudaram a escrever A Doutrina Secreta para que os futuros setenta e cinco ou mais anos tenham algum material para trabalhar, e que nos próximos anos esse livro e suas teorias sejam amplamente estudados. O material dado tem então que ser trabalhado, para ser assimilado em benefício de todos. Portanto, nenhum aniquilador cairá sobre nós. A S.T., como um todo, não terá o cuidado incessante dos Mestres em cada assunto, mas deve crescer até a maturidade com o que tem, com a ajuda que virá daqueles poucos que são “escolhidos”. H.P. Blavatsky apontou claramente na sua conclusão em “A Chave para a Teosofia”, que o plano é manter a S.T. viva como um corpo ativo, livre e não sectário, durante todo o tempo de espera pelo próximo grande mensageiro que, sem dúvida, será ela mesma, trabalhará novamente em escala maior, e sem a terrível oposição que ela teve, externa e internamente, quando ela começou desta vez. E durante todo este tempo de espera, o Mestre, “aquele grande Iniciado, cuja vontade individual sustenta todo o Movimento”, terá sua mão poderosa estendida por trás da Sociedade. / o Mestre, “aquele grande Iniciado, cuja única vontade sustenta todo o movimento”, que terá sua mão poderosa estendida por trás da Sociedade.
Até 1897, a porta está aberta para qualquer um que tenha a coragem, a força e a virtude para TENTAR, para que ele possa entrar e fazer uma comunicação com a Loja que, de forma alguma, será destruída ao término do Ciclo. Mas quando chegar a hora, a porta se fechará, e nem mesmo todas as suas súplicas e choros a abrirão para você. Aqueles que fizeram a conexão terão sua própria porta aberta, mas a porta pública geral estará fechada.
Esta é a verdadeira analogia do “aniquilador” conforme dado por H.P. Blavatsky e o Mestre. Parece muito fácil de entender.
“Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”, porque eles não o permitiriam. Os não escolhidos são aqueles que trabalharam somente para si próprio; aqueles que procuraram conhecimento para si mesmos sem se preocupar com o resto; aqueles que tiveram o tempo, o dinheiro e a capacidade de dar uma boa ajuda à causa dos Mestres, há muito definida por eles, para trabalhar para a humanidade e não para si mesmos, mas, no entanto, não a utilizaram. E infelizmente, também, alguns dos anônimos e não escolhidos são aqueles que caminharam uma longa distância até o limiar, mas pararam por muito tempo para caçar as falhas e os pecados que eles estavam convictos de que algum irmão peregrino os tinha e, então, eles voltaram para trás, cada vez mais longe, construindo paredes atrás deles enquanto estavam indo. Eles foram chamados e quase escolhidos; as primeiras tênues linhas dos seus nomes estavam começando a se desenvolver no livro deste século; mas na medida em que recuaram, pensando que estavam do lado de dentro da porta, as linhas desbotaram, e outros nomes apareceram. Esses outros nomes são aqueles que pertencem a pessoas humildes, aqui e ali, que estes aristocratas orgulhosos do ocultismo consideravam indignos de uma atenção momentânea.
O que me parece ser um erro de impressão ou um erro genuíno no artigo do Sr. Sinnett está na página 26, onde ele diz: “será o conhecimento geralmente difundido em todas as classes cultas“. O itálico é meu. Erro maior não parece ser possível. Como um todo, as classes cultas são perfeitamente inúteis para os Mestres-construtores da Loja. Elas são boas no lugar que ocupam, mas elas representam a “ordem estabelecida” e o auge do egoísmo. Substitua classes cultas por massas, e você se aproximará mais da verdade. Não as massas cultas, mas as massas ignorantes têm mantido viva a crença no oculto e no psíquico, agora novamente com as chamas ateadas. Se tivéssemos confiado aos cultos a pequena brasa já teria sido extinguida há muito tempo. Podemos arrastar os cultos, mas será apenas para obter um interesse lânguido e pouco entusiasmado.
Já estamos entrando no início de uma nova era. É a era do Ocultismo Ocidental e de tratamento especial e definitivo e exposição de teorias consideradas no geral, até o momento. Temos que fazer como Buda disse aos seus discípulos: pregar, promulgar, expor, ilustrar e deixar claro em detalhes todas as grandes coisas que aprendemos. Este é o nosso trabalho, e não trazer à tona coisas surpreendentes sobre clarividência e outras questões astrais, nem ofuscar o olho da ciência com descobertas impossíveis para eles, mas fáceis para o ocultista”. O plano do Mestre não foi alterado. Ele o divulgou há muito tempo. É tornar o mundo em geral melhor, é preparar um solo adequado para o crescimento dos poderes da alma, que são perigosos se brotarem em nosso solo egoísta atual. Não é a Loja Negra que tenta reter o desenvolvimento psíquico; é a Loja Branca. A loja Negra estaria disposta a ter todos os poderes psíquicos florescendo agora, porque com nossos povos malvados, mesquinhos, hipócritas e gananciosos, eles logo destruiriam a Raça. Esta ideia pode parecer estranha, mas para aqueles que acreditarão na minha palavra sem fundamento, eu digo que é o ensinamento do Mestre”.
WILLIAM Q. JUDGE
Irish Theosophist, Janeiro 1895