A última carta do Mahatma – Blavatskytheosophy
A última “Carta do Mahatma” conhecida foi escrita pelo Mestre K.H. para Annie Besant no ano de 1900.
A carta foi recebida após vários anos de silêncio por parte dos Mestres, um silêncio que era em grande parte inevitável após a morte de H. P. Blavatsky em 1891, à luz do que o Mestre K.H. havia dito alguns anos antes em uma carta a A.P. Sinnett sobre o “reservatório de força” que torna possível aos Mestres se comunicarem com os outros por meio de cartas direcionadas através de HPB. William Q. Judge conseguia receber e transmitir cartas em nome dos Mestres até sua morte em 1896, mas não era no mesmo grau que na época de HPB.
Como o Mahatma K.H. disse em outra ocasião sobre HPB: “Ela tem tudo a ver com assuntos ocultos”… Ela é nossa agente direta” … não há nenhuma probabilidade de encontrarmos uma melhor … Os teosofistas deveriam aprender isso. Mais tarde você entenderá o significado desta declaração, portanto, mantenha-a em mente”.
Recebida nove anos após a morte de HPB, este é o último contato por escrito e comunicação dos Mestres que se tem registro.
Alguns teosofistas fizeram a observação pertinente de que certamente os Mestres não teriam nenhum desejo ou inclinação para se comunicar com a Sra. Besant até aquele momento, visto que ela havia abertamente quebrado seus juramentos da Seção Esotérica, desenvolveu o hábito de apequenar e depreciar o status espiritual e os ensinamentos de HPB, e sujeitou William Quan Judge [em inglês] – o vice-presidente da Sociedade Teosófica e um de seus cofundadores – a uma perseguição tão implacável e conspiratória por sua recusa em aderir às críticas e à depreciação de HPB que a Sociedade se dividiu em duas e Judge teve uma morte prematura devido, em grande parte, à tensão e aos efeitos dos ataques contra ele.
Mas talvez os Mestres, em sua grande compaixão e sabedoria, viram que ainda havia alguma esperança – e certamente ainda uma necessidade – de que a Sra. Besant reverter as coisas, aprendesse com seus erros e fracassos e colocasse a “Sociedade Teosófica – Adyar” em um novo rumo para o novo ciclo que estava despontando em 1900, que se relacionava, entre outras coisas, com o amanhecer gradual da Nova Era de Aquário [em inglês]. Devemos nos lembrar de que os Mestres nunca são tão sectários quanto nós frequentemente somos. Eles são capazes de enxergar o cenário todo de “cima”, por assim dizer, e não de nossa perspectiva limitada.
Conforme ocorreu, a Sra. Besant não tomou conhecimento dos conselhos e avisos contidos na carta (embora ela a tenha reconhecido como sendo uma comunicação genuína do Mestre e, para seu crédito, a Sociedade Adyar até mesmo publicou uma grande parte da carta em um dos seus livros), conforme foi explicado em certa medida nos comentários numerados que se seguem.
Pouco antes de sua morte, HPB havia escrito a William Judge sobre a Sra. Besant, informando-o de que ela “não era nem minimamente vidente ou espiritual – era toda intelecto”.
Todos nós podemos aprender e nos beneficiar da leitura e reflexão sobre as palavras do Mestre K.H. nesta carta, especialmente aqueles de nós que estão ativamente envolvidos com a Teosofia e o Movimento Teosófico. Somos todos propensos a cometer os mesmos erros que a Sra. Besant cometeu e, pelo que sabemos, se estivéssemos em sua posição, poderíamos muito bem ter caído nas mesmas armadilhas e ciladas. É inconteste que todo atual estudante de Teosofia, e talvez especialmente aqueles que estão ativamente envolvidos com o trabalho teosófico, podem obter desta carta pelo menos um ou dois conselhos e alertas valiosos e úteis.
Para o benefício daqueles leitores que talvez não estejam familiarizados com a Teosofia, devemos acrescentar brevemente que foi sempre afirmado por H. P. Blavatsky que os Mestres estão vivendo em corpos físicos aqui mesmo na Terra, embora em reclusão e isolamento proposital da toxicidade da vida cotidiana. A ideia moderna de “Mestres Ascensos” é falsa e tem origens fraudulentas e muito pouco salutares.
O Mestre K.H., juntamente com o Mestre M., são Adeptos da Fraternidade Trans-Himalaiana e forneceram a inspiração e a direção para a fundação da Sociedade Teosófica, bem como o ensino preparatório e o treinamento ocultista de HPB durante os anos que ela passou no Tibete e em outras partes do Himalaia antes da fundação do Movimento.
A CARTA
Um vidente e um pranayamista que ficou confuso com os caprichos dos membros.(1) A S.T. e seus membros estão lentamente fabricando um credo. Diz um provérbio tibetano que “credulidade gera credulidade e termina em hipocrisia”. Quão poucos são aqueles que podem saber alguma coisa sobre nós. Devemos ser agradados e transformados em ídolos?(2) Deve a adoração de uma nova trindade composta pelo abençoado M., Upasika e você mesma tomar o lugar de credos desacreditados?(3) Não pedimos para nos adorarem. O discípulo não deve, de forma alguma, ser restringido. Precavei-vos de um papismo esotérico.(4) O desejo intenso de ver Upasika reencarnar de imediato gerou uma ideação mayavica enganosa. Upasika tem um trabalho útil a fazer em planos superiores e não pode voltar tão cedo.(5) A S.T. deve ser conduzida com segurança no novo século. Por algum tempo, você tem estado sob influências enganadoras.(6) Evite o orgulho, a vaidade e o amor ao poder. Não se deixe guiar pela emoção, mas aprenda a se manter forte e independente. Seja rigorosa e crítica ao invés de crédula. Os erros do passado nas religiões antigas não devem ser encobertos por explicações imaginárias.(7) A E.O.T. [Escola Oriental de Teosofia] deve ser reformada de modo a ser tão não-sectária e sem credo quanto a S.T.(8) As regras devem ser poucas e simples e aceitáveis para todos. Ninguém tem o direito de reivindicar autoridade sobre um aluno ou sobre sua consciência. Não pergunte a ele no que ele acredita. Todos os que são sinceros e puros de mente devem ser admitidos. A crista da onda do progresso intelectual deve ser aproveitada e guiada para a espiritualidade. Ela não pode ser forçada a adotar crenças e adoração emocional.(9) A essência dos pensamentos mais elevados dos membros em sua coletividade deve guiar todas as ações na S.T. e na E.O.T. Nunca devemos tentar nos submeter à vontade de outra pessoa. Em momentos favoráveis, liberamos influências que elevam, as quais atingem várias pessoas de várias maneiras. É o aspecto coletivo de muitos desses pensamentos que pode dar a perspectiva correta de ação. Nós não fazemos favores. A melhor forma de corrigir o erro é um exame honesto e aberto de todos os fatos subjetivos e objetivos. O sigilo enganoso tem dado o golpe fatal em numerosas organizações. A hipocrisia acerca dos “Mestres” deve ser suprimida com firmeza mas discretamente. Que a devoção e o serviço sejam somente para o Espírito Supremo do qual cada um faz parte. Trabalhemos anônima e silenciosamente, pois as referências contínuas a nós mesmos e a repetição de nossos nomes criam uma aura confusa que atrapalha nosso trabalho.(10) Você terá de abandonar boa parte de suas emoções e sua credulidade antes de se tornar um guia seguro entre as influências que começarão a atuar no novo ciclo.(11) A S.T. foi concebida para ser a pedra angular das futuras religiões da humanidade. Para realizar este objetivo, aqueles que lideram devem deixar de lado suas fracas predileções pelas formas e cerimônias de qualquer credo em particular e mostrar-se verdadeiros teosofistas, tanto em pensamentos internos como em observância externa.(12) A maior de suas provações ainda está por vir. (13) Nós zelamos por você, mas você deve envidar toda a sua força.” K.H.
NOTAS EXPLICATIVAS
[1] ” Um vidente e um pranayamista que ficou confuso com os caprichos dos membros.” – Esta mensagem do Mestre K.H. foi escrita por meio oculto (ou seja, metafísico), transversalmente em uma carta enviada à Sra. Besant por um indiano, enquanto a acima mencionada carta estava a caminho nos correios, procedente da Índia para a sede londrina da Sociedade Teosófica na Inglaterra. Este método de precipitar mensagens transversalmente, ou nas margens ou no verso, de cartas enviadas por outros e que já estavam no sistema postal, também foi usado com bastante frequência pelos Mestres durante a vida de H. P. Blavatsky, ao se comunicarem com vários teosofistas ao redor do mundo.
Esta primeira frase é um breve resumo feito pelo Mestre, em benefício e como advertência para a Sra. Besant, sobre a natureza de seu correspondente. Pranayama é a prática da supressão e da manipulação da respiração em certas formas de práticas de yoga física, particularmente o Hatha Yoga. A prática e natureza do Pranayama, do Hatha Yoga, e os efeitos resultantes de ambos são firmemente criticados e desaconselhados por HPB e pelos Mestres em todos os seus ensinamentos. Eles descrevem o Hatha Yoga como “o Yoga inferior” e dizem que os Mestres são todos “unanimemente contrários” à prática do Pranayama. A Teosofia também está repleta de advertências contra o psiquismo e enfatiza que o psíquico não é o espiritual e que, na verdade, não há nada de espiritual em ser psíquico.
Aparentemente, o correspondente havia mal entendido a natureza, os objetivos e os verdadeiros ensinamentos do Movimento Teosófico, devido ao fato de muitos membros da Sociedade de Adyar estarem eles mesmos confusos, equivocados e ignorantes sobre o que era a Teosofia. Após esta frase inicial, o Mestre entra em sua compassiva mensagem de advertência e repreensão à Sra. Besant.
(2) “Quão poucos são aqueles que podem saber alguma coisa sobre nós. Devemos ser agradados e transformados em ídolos?” – A pessoa que pensa que, de alguma forma, tem automaticamente o direito de saber sobre o caráter, a personalidade, as encarnações anteriores, o papel e a posição espiritual, etc. de qualquer um dos Mestres e Adeptos da Grande Fraternidade está muito enganada. Ninguém tem o direito – mas muitos têm o atrevimento, a ignorância e o senso ilusório de presunção – de tentar classificar, definir e descrever os Mestres e suas características, atributos e funções individuais.
Algumas pessoas até mesmo elaboraram tabelas e organogramas com o propósito de mostrar as posições ocultas e a estrutura hierárquica da Fraternidade dos Mestres. Ninguém que realmente possuísse tal conhecimento e informações privilegiadas jamais sonharia em fazer tal coisa. O funcionamento interno da Fraternidade simplesmente não é da nossa conta e, de qualquer forma, está além de nossa compreensão.
Robert Crosbie, o fundador da Loja Unida de Teosofistas, disse que “Tudo isso são meras especulações e uma tentativa de fato de arrastar esses grandes Seres até o nosso plano de concepções terrestres – ‘um mau uso de nomes sagrados’, como H.P.B. escreveu em “A Chave para a Teosofia“.
Alguns membros da Sociedade de Adyar estavam começando a cultuar e orar aos Mestres e imaginavam que os Mestres eram, de alguma forma, obrigados a responder às suas súplicas. Esse tipo de devoção equivocada e emocionalmente motivado acabou atingindo seu ápice algumas décadas mais tarde, com o alvorecer do movimento dos “Mestres Ascensionados”.
(3)” Deve a adoração de uma nova trindade composta pelo abençoado M., Upasika e você mesma tomar o lugar de credos desacreditados? – O ” abençoado M.” refere-se ao Mestre M., enquanto “Upasika” (um termo budista que significa literalmente uma discípula leiga) refere-se a HPB.
(4) “) Não pedimos para nos adorarem. O discípulo não deve, de forma alguma, ser restringido. Precavei-vos de um papismo esotérico“. – Infelizmente, “um papismo esotérico” foi exatamente o que a Sra. Besant desenvolveu mais tarde, apoiada até mesmo por uma chamada “Igreja Teosófica” chamada Igreja Católica Liberal. Exigindo obediência imediata e inquestionável em todos os assuntos dos membros de sua Sociedade e expulsando sem hesitação da Sociedade todo e qualquer um que ousasse questionar ou desafiar suas ordens, reivindicações e métodos, ela acabou alcançando tais alturas de autoilusão, paranoia e megalomania religiosa que a Sociedade Teosófica de Adyar chegou a se assemelhar a “um bizarro culto quase cristão”, que era exatamente como parecia ser para o pai de Jiddu Krishnamurti.
(5) “O desejo intenso de ver Upasika reencarnar de imediato gerou uma ideação mayavica enganosa“. Upasika tem um trabalho útil a fazer em planos superiores e não pode voltar tão cedo”. – Quase imediatamente após a morte de HPB em 1891, começaram as especulações desenfreadas em certos círculos do mundo teosófico sobre quando e onde ela reencarnaria. Este “desejo intenso” de vê-la “reencarnar imediatamente” resultou em muita ilusão, conjecturas apresentadas como fatos e pronunciamentos psíquicas enganosas sobre o assunto.
Pouquíssimos teosofistas, tanto naquela época como agora, alcançaram uma compreensão clara de quem e o que HPB realmente era – e é. Em várias cartas, os Mestres haviam se referido a ela como seu “agente direto”, sua “irmão” e não “um chela”, mas muito além do nível de uma mero chela. Uma carta de um Mestre ao Coronel Olcott chegou até mesmo a falar do fato de esse Mestre ter de se submeter e seguir as ordens de HPB. A HPB interna era uma Adepta e Alto Iniciada por direito próprio e estava muito além do ciclo humano habitual de reencarnação normal.
Apesar de o Mestre K.H. ter afirmado categoricamente nessa carta que HPB “não pode voltar tão cedo”, isso foi flagrantemente ignorado pela Sra. Besant, que aparentemente pensava que seu colega próximo C. W. Leadbeater sabia mais do que o Mestre, visto que mais tarde ela aceitou e promulgou suas autoproclamadas “revelações clarividentes” sobre a reencarnação de HPB.
(6) “Por algum tempo, você tem estado sob influências enganadoras”. – A Sra. Besant havia caído vários anos antes sob a influência de um Brâmane hindu chamado G. N. Chakravarti, que acabou usando todos os tipos de meios para plantar dúvidas e suspeitas em sua mente – e, através dela, nas mentes de muitos membros da Sociedade de Adyar ao redor do mundo – quanto à legitimidade, confiabilidade e exatidão de HPB e seus ensinamentos. O desprezo e a presunção mal disfarçados com os quais a Sra. Besant começou a falar de HPB após ficar sob a influência e o controle psicológico de Chakravarti tiveram um efeito muito destrutivo na Sociedade, especialmente quando combinados com as críticas terrivelmente arrogantes e enganosas sobre HPB que eram regularmente sendo feitas naquela época pelo Coronel Olcott o qual, aparentemente, havia se voltado contra ela depois de sua morte.
(7) “Seja rigorosa e crítica ao invés de crédula. Os erros do passado nas religiões antigas não devem ser encobertos por explicações imaginárias“. – Os escritos de HPB expuseram, revelaram e explicaram destemidamente alguns dos maiores erros e crimes cometidos ao longo da história por várias religiões, particularmente o cristianismo. A perseguição dos brâmanes hindus ao budismo primordial e a imposição de crueldades relacionadas à casta, casamento infantil, queima de viúvas e assim por diante, também não escaparam das críticas severas da pena de HPB.
Tudo isso avia sido feito não apenas por mera busca de falhas, mas para expor erros e superstições graves, para que pudessem ser corrigidos e retificados, levando a uma maior harmonia e verdadeira fraternidade entre os homens. Sob as influências de Chakravarti e Olcott, no entanto, a Sra. Besant passou a acreditar que tal abordagem era de fato prejudicial à fraternidade universal. Mas, obviamente, os Mestres não concordavam.
(8) ” A E.O.T. deve ser reformada de modo a ser tão não-sectária e sem credo quanto a S.T.” – E.O.T. significa “Escola Oriental de Teosofia”, o nome posterior da Seção Esotérica da Sociedade Teosófica. Suas metas, objetivos e regras originais haviam sido alterados e distorcidos pela Sra. Besant, e se tornaram ainda mais distorcidos mais tarde, quando ela finalmente se separou de Chakravarti, apenas para substituí-lo por C.W. Leadbeater como seu novo “guia”.
(9) “A crista da onda do progresso intelectual deve ser aproveitada e guiada para a espiritualidade. Ela não pode ser forçada a adotar crenças e adoração emocional“. – Basta ler algumas das várias descrições escritas dos cultos da Igreja Católica Liberal presidida pelo autodenominado “arcebispo” C. W. Leadbeater com a bênção e aprovação direta da Sra. Besant para ver como esse sábio conselho acabou sendo totalmente rejeitado.
(10) “A hipocrisia acerca dos “Mestres” deve ser suprimida com firmeza mas discretamente. Que a devoção e o serviço sejam somente para o Espírito Supremo do qual cada um faz parte. Trabalhemos anônima e silenciosamente, pois as referências contínuas a nós mesmos e a repetição de nossos nomes criam uma aura confusa que atrapalha nosso trabalho“. – Esta talvez seja a parte mais importante da carta com relação aos teosofistas e às pessoas espirituais de hoje. Afirma-se que o trabalho dos Mestres no mundo não é ajudado, mas prejudicado pelas pessoas que frequentemente se referem a eles e mencionam seus nomes.
Nos ensinamentos teosóficos originais, a ênfase está na própria Filosofia Esotérica e não nos Mestres. Detalhes e descrições sobre os Mestres estão quase totalmente ausentes dos escritos de HPB, a não ser a simples afirmação de que existe algo como uma Fraternidade esotérica oculta guiando e zelando pela evolução espiritual da humanidade. O Mestre K.H. confirma aqui que a ênfase e a atenção definitivamente não devem estar nos Mestres, e também que a devoção e o serviço dos teosofistas não devem ser dirigidos aos Mestres, mas somente ”para o Espírito Supremo do qual cada um faz parte“.
Ele afirma inequivocamente que toda esta conversa sobre os Mestres – e os atuais movimentos dos “Mestres Ascensionados” dentro do movimento da Nova Era consistem em pouco mais do que isso – deve ser silenciosa e firmemente eliminada.
(11) “Você terá de abandonar boa parte de suas emoções e sua credulidade antes de se tornar um guia seguro entre as influências que começarão a atuar no novo ciclo“. – A clara implicação aqui é que a Sra. Besant não era, naquela época, um “guia seguro” para os teosofistas. Infelizmente, a história mostra que ela também nunca se tornou um.
(12) “… aqueles que lideram devem deixar de lado suas fracas predileções pelas formas e cerimônias de qualquer credo em particular…” – A Sra. Besant cresceu na Inglaterra como cristã e foi casada com um ministro da Igreja da Inglaterra. Mais tarde, ela se tornou uma ateia e materialista declarada antes de, por fim, se tornar uma teosofista. Sob a influência de Chakravarti, ela foi recebida pelos brâmanes indianos no seio do hinduísmo ortodoxo sectário. Mais tarde, sob a influência de Leadbeater, ela voltou ao seu favoritismo inicial pelo cristianismo, embora a forma peculiar de cristianismo de inspiração psíquica de Leadbeater. Sob a gestão de Besant e Leadbeater, a Sociedade Teosófica de Adyar acabou assumindo um tom, uma ênfase e uma natureza nitidamente cristãos em seus ensinamentos, práticas, pronunciamentos e publicações, chegando até mesmo ao ponto de endossar a prática da confissão e absolvição sacerdotal dos pecados na Igreja Católica Liberal e a proclamar a Segunda Vinda de Cristo, com quem os dois alegavam estar pessoalmente familiarizados!
(13) “A maior de suas provações ainda está por vir“. – A maior das provações da Sra. Besant foi, sem dúvida, na pessoa de C. W. Leadbeater. Seis anos depois dessa carta, Leadbeater foi forçado a sair da Sociedade Teosófica por vergonha e desonra, depois de admitir sob juramento ter praticado atos sexuais com jovens meninos sob seus cuidados. Apenas alguns anos depois, a Sra. Besant se encarregou de convidá-lo de volta, para o choque e repugnância de muitos membros da Sociedade.
Ela rapidamente o elevou a um lugar de destaque, embora ele nunca tenha tido qualquer título oficial ou cargo ou função designada, e o resto, como dizem, é história. Leadbeater ganhou controle e domínio psicológicos quase completo sobre a Sra. Besant, trouxe escândalo após escândalo à Sociedade através de suas contínuas perversões, a Sociedade perdeu 15.000 membros em todo o mundo, o nome e os ensinamentos de H.P. Blavatsky foram propositalmente suprimidos e colocados em segundo plano, e a noção do que a Teosofia realmente é foi deliberada e sistematicamente distorcida e deturpada.
Uma comparação entre alguns dos primeiros escritos e discursos da Sra. Besant e os de seus últimos dias mostra dolorosamente sua completa queda da elevada filosofia espiritual da Teosofia genuína para as profundezas obscuras e repugnantes do psiquismo e da fantasia ilusórios. De grande e cada vez mais promissora e influente porta-voz da verdadeira causa teosófica, ela acabou se tornando um exemplo vivo e uma lição objetiva da natureza potencialmente desastrosa do chelado fracassado. E tudo começou no momento em que ela permitiu que outros plantassem dúvidas em sua mente contra HPB, a Mensageira dos Mestres.
Após a morte da HPB, William Judge escreveu: “Em 1875, H.P.B. não só era preponderante entre nós, como ainda o é… É um fato que a T.S. ou resiste ou cai por H.P. Blavatsky. Desista dela como uma ideia, abandone o caminho traçado por ela sob suas ordens, apequene-a e a organização apodrecerá; mas lembre-se dela e do que ela representou, e nós triunfaremos”.
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